Meu presente não reflete meu agora
Sou a soma de todas minhas lembranças
A espera do que resta de esperança
Que procura um destino que demora
Essa,vigente, não é a última a ir embora
Desejo e vontade se mantêm crianças
Mesmo estando ausente toda confiança
No que sobrou de mim, que inerte as agoura
Quando vi, nada mais veio depois
Quando quis, era um sóbrio iludido
Quando fui até lá, já era tarde demais
Gostaria então de ter errado mais
Prefiro viver com a certeza do que foi
A eterna dúvida do que poderia ter sido
quarta-feira, 18 de abril de 2007
sábado, 7 de abril de 2007
Rio
Você é, para mim, curva como um rio
Onde eu, seco, insisto em me molhar
sem remos, faço um navego vadio
Sigo à deriva, deixo-me levar
Descendo seu leito sem achar desvios
Beiro suas margens, só penso em chegar
Ainda que às vezes pareça tardio
Juntos e cúmplices sairemos no mar
Mas incontáveis serão todas às vezes
Que, sedento, subirei à sua serra
Pra molhar minha boca à nascente
e admirar bem a vista que me dera.
E assim anos passam tão de repente
Eu descendo você por todos doze meses
Onde eu, seco, insisto em me molhar
sem remos, faço um navego vadio
Sigo à deriva, deixo-me levar
Descendo seu leito sem achar desvios
Beiro suas margens, só penso em chegar
Ainda que às vezes pareça tardio
Juntos e cúmplices sairemos no mar
Mas incontáveis serão todas às vezes
Que, sedento, subirei à sua serra
Pra molhar minha boca à nascente
e admirar bem a vista que me dera.
E assim anos passam tão de repente
Eu descendo você por todos doze meses
quarta-feira, 28 de março de 2007
Instantâneo
Já quis muito te perguntar teu nome
já quis muito te encontrar novamente
já quis muito saber seu telefone
já quis muito te beijar de repente
Já quis muito saciar toda a sua fome
já quis muito engoli-la lentamente
já quis muito gritar quando me some
já quis muito ser tudo, menos ausente
Já quis muito que tu pensasse como eu
já quis muito saber como ir embora
já quis muito algo que voce bem esqueceu
Já quis muito futuro do presente
já quis muito assim voltar sem demora
hoje tenho que esquecer-te pra sempre
já quis muito te encontrar novamente
já quis muito saber seu telefone
já quis muito te beijar de repente
Já quis muito saciar toda a sua fome
já quis muito engoli-la lentamente
já quis muito gritar quando me some
já quis muito ser tudo, menos ausente
Já quis muito que tu pensasse como eu
já quis muito saber como ir embora
já quis muito algo que voce bem esqueceu
Já quis muito futuro do presente
já quis muito assim voltar sem demora
hoje tenho que esquecer-te pra sempre
Condenado
Triste é o pó do que já começara ruim
Um amor refugiado, extraditado,
cujo preço da verdade é o pecado,
Num país condecorado dono de mim
Durante um muito longo tempo foi assim:
O presente, fruto e preso a um passado
Por ambos, a toda hora desenterrado
Fez que o conto encantado tivesse fim
Mudou-se a coroa no reino onde era rei
Deposto, minha rainha virou vilã
Dona de feitiços que talvez jamais entenda
Pôs me envolvido numa febre terçã
Que como as coisas que ninguêm se lembra
Eu, condenado, nunca esquecerei
Um amor refugiado, extraditado,
cujo preço da verdade é o pecado,
Num país condecorado dono de mim
Durante um muito longo tempo foi assim:
O presente, fruto e preso a um passado
Por ambos, a toda hora desenterrado
Fez que o conto encantado tivesse fim
Mudou-se a coroa no reino onde era rei
Deposto, minha rainha virou vilã
Dona de feitiços que talvez jamais entenda
Pôs me envolvido numa febre terçã
Que como as coisas que ninguêm se lembra
Eu, condenado, nunca esquecerei
terça-feira, 27 de março de 2007
Abraçados
Presa em meus braços, penso no que queres:
"- Será carinho? Será segurança?
Ou queres apenas livrar-te da lembrança
Do coração partido que te feres..."
Já eu, cego, aceito tudo o que me deres
Seja, feliz, uma ponta de esperança
Seja, iludido, minha última dança
Apaixonado, penso que somos ineres
E calado, escuto atento aos seus suspiros
busco lagrimas nos seus olhos fechados
Por uma estória tão plena de reviros.
Da razão, não esperarei nenhum anúncio.
Pois enquanto nossos erros forem julgados
Nunca será quebrado o nosso silêncio
"- Será carinho? Será segurança?
Ou queres apenas livrar-te da lembrança
Do coração partido que te feres..."
Já eu, cego, aceito tudo o que me deres
Seja, feliz, uma ponta de esperança
Seja, iludido, minha última dança
Apaixonado, penso que somos ineres
E calado, escuto atento aos seus suspiros
busco lagrimas nos seus olhos fechados
Por uma estória tão plena de reviros.
Da razão, não esperarei nenhum anúncio.
Pois enquanto nossos erros forem julgados
Nunca será quebrado o nosso silêncio
segunda-feira, 26 de março de 2007
Acéfalo
Leve-me pela mão...não sei o que faço
Meus olhos turvos não enxergam o que só os outros vêem
Os suplícios dos amigos os ouvidos não ouvem
A minha boca não entende o fim de um abraço
Assim como o acéfalo, meu senso é escasso
Sou movido pelo hábito que o tolo tem
De ser inconseqüente achando que faz o bem
E fazer de uma derrota um grande fracasso
Sem ter um cérebro, me sobra coração
Sem ter a quem seguir, me falta um caminho
E cabe ao meu instinto me mostrar a direção
Pois enquanto eu vagar sem saber pra onde vou
Só me resta gritar, assim, bem baixinho:
“- Foi você ou fui eu quem sempre me enganou?”
Meus olhos turvos não enxergam o que só os outros vêem
Os suplícios dos amigos os ouvidos não ouvem
A minha boca não entende o fim de um abraço
Assim como o acéfalo, meu senso é escasso
Sou movido pelo hábito que o tolo tem
De ser inconseqüente achando que faz o bem
E fazer de uma derrota um grande fracasso
Sem ter um cérebro, me sobra coração
Sem ter a quem seguir, me falta um caminho
E cabe ao meu instinto me mostrar a direção
Pois enquanto eu vagar sem saber pra onde vou
Só me resta gritar, assim, bem baixinho:
“- Foi você ou fui eu quem sempre me enganou?”
domingo, 25 de março de 2007
Primeiro
Desde sempre esperei muito da vida
Ela, em troca, ensinou-me a esperar
E daqueles que sentem minha partida
Aos braços devo, com orgulho, retornar
Que a amizade seja nunca perdida
Todas, que sejam muitas, devem durar
Para que a cada etapa a ser vencida
Juntos, e justos, possamos comemorar.
Mesmo que o Destino me quebre a cara,
Ou que de vis erros eu pareça ser o autor
Sei que o vento sopra no meu caminho
Mas cabe a mim saber usá-lo ao meu favor.
Do amor, espero que venha de mansinho,
E faça valer essa dádiva tão rara.
Ela, em troca, ensinou-me a esperar
E daqueles que sentem minha partida
Aos braços devo, com orgulho, retornar
Que a amizade seja nunca perdida
Todas, que sejam muitas, devem durar
Para que a cada etapa a ser vencida
Juntos, e justos, possamos comemorar.
Mesmo que o Destino me quebre a cara,
Ou que de vis erros eu pareça ser o autor
Sei que o vento sopra no meu caminho
Mas cabe a mim saber usá-lo ao meu favor.
Do amor, espero que venha de mansinho,
E faça valer essa dádiva tão rara.
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