quarta-feira, 18 de abril de 2007

Eterno

Meu presente não reflete meu agora
Sou a soma de todas minhas lembranças
A espera do que resta de esperança
Que procura um destino que demora

Essa,vigente, não é a última a ir embora
Desejo e vontade se mantêm crianças
Mesmo estando ausente toda confiança
No que sobrou de mim, que inerte as agoura

Quando vi, nada mais veio depois
Quando quis, era um sóbrio iludido
Quando fui até lá, já era tarde demais

Gostaria então de ter errado mais
Prefiro viver com a certeza do que foi
A eterna dúvida do que poderia ter sido

sábado, 7 de abril de 2007

Rio

Você é, para mim, curva como um rio
Onde eu, seco, insisto em me molhar
sem remos, faço um navego vadio
Sigo à deriva, deixo-me levar

Descendo seu leito sem achar desvios
Beiro suas margens, só penso em chegar
Ainda que às vezes pareça tardio
Juntos e cúmplices sairemos no mar

Mas incontáveis serão todas às vezes
Que, sedento, subirei à sua serra
Pra molhar minha boca à nascente

e admirar bem a vista que me dera.

E assim anos passam tão de repente
Eu descendo você por todos doze meses